SONETO DO MONSTRO CIÚME
Sumo amor, contumélia que me fosse,
num melífluo outro amor converteria,
fugindo de qualquer louca histeria,
pois que somente assim entendo o doce.
Eis um beijo e parece que me trouxe,
me estreita ao antagônico em poesia,
e que me põe tantíssmo à alquimia
do breu em firme luz e o triste foi-se.
No convento da mente; ei-los, segredos,
que nos surgem bem cedo qual perfume,
e a coragem mor, nítida me assume.
Embora me tivessem por degredos,
segredos tais, moventes no costume,
por Amor derrotei o monstro ciúme.
Udo
Enviado por Udo em 27/07/2018