SONETO DO VERSO QUE PROCURA O POETA
E certa vez me tinha procurado,
tocava o deslizante e duro verso
fundo n'alma co' efeito truz, diverso,
e querendo me ter, fiquei calado.
A busca é bem assim: engaiolado!
de tal jeito que quase pronto e imerso,
afogado nas letras, o universo,
ele inteiro, sabia de meu fado.
Este andar e envolver-se no tamanho
destas coisas que valem muito a pena,
co' acordes de coragem me amontanho.
E fui no rastro dele ter o ganho.
Daí, uma cortina fez a cena
com versos todos prontos, mas que estranho!
Udo
Enviado por Udo em 06/07/2018