SONETO DOS SEUS CRAVOS
Escrevo mas me são aqueles cravos
que escuto retumbar sua madeira
no viver duradouro da videira
desde os rasgos das mãos, ó seres parvos.
Escrevo mas me são dos tais agravos
seus que me lembro mais, da sua esteira,
que a Cruz no chão fazia, derradeira,
em alerta pois não sejais escravos.
E me cravo e me curvo atentamente
p'ra entender das palavras os sinais,
enquanto o mundo lá fora é ingente.
E assim me vou, de um jeito lentamente,
para não transbordar sobre este cais
e que ajuda a domar a carne & mente.
Udo
Enviado por Udo em 03/05/2017
Alterado em 17/01/2019