SONETO DA PRESENÇA DA POESIA
Tu chegaste, eu percebo o teu perfume,
que abarca esta minh'alma pelo dó,
que é como se eu tivesse todo só
e nada mais valesse fiel lume.
Apertando-me em duro, forte nó,
na garganta doída de ciúme.
Nem a luz natural de um vagalume
iluminar-me pode a vida em pó.
Careço de ti aqueles doces versos
que nascem com o amor dos benfazejos,
lutando com quaisquer olhos inversos.
Dos que inda se mantêm como conversos,
na Lira, mais que Lira, em azulejos,
embelezando teu farto universo.
Udo
Enviado por Udo em 03/01/2016
Alterado em 15/05/2016