JANELA DE DEUS
Com um toque de luz suave a noite possui laços de prata
E mergulha quase amarela num sol vivo perambulando sobre a Terra
Os carros em variadas cores e modelos vão e voltam pelas estradas
E as pessoas, também, vão e voltam pelas calçadas
Alguns simplesmente não voltam ou numa mistura transformam-se em alguém
Numa ressurreição da alma no corpo mesmo da mesma passada dos pés Mas mudam como uma nova muda de planta qualquer
Redefinindo ainda novo caminho enquanto há fé
O mundo mutável rege enfileirados dias imutáveis no que tange ao tempo
Mas as janelas da mutação ficam abertas todo o tempo ao nosso redor
Para aqueles que percebem os vestuários que mantêm as vestimentas
Que desejamos confortar nossos sonhos e aquecê-los
Há ainda aqueles que entram nessas janelas e saem imutáveis
Pois há que se ter um espírito suave para ver o invisível
E uma alma leve para a insustentável vontade de se transformar
Não há como sentir falta do que não sabemos que não sabemos
Entretanto, aqueles que vêem as janelas do mundo
E entram dentro delas para sempre mudar
E transformar-se em sempre algo novo e melhor
Encontram um botão de rosa sorrindo
E marcando o céu com uma estrela
E a noite com seus laços de prata foi tocada pela Luz
Que pouco a pouco se faz amarela mergulhando viva num vivo Sol
Que ambulante pela Terra caminha e caminha
Os carros continuam e continuam
As pessoas continuam e continuam
E o mundo é visto assim pela janela de Deus.
Udo
Enviado por Udo em 02/04/2007
Alterado em 14/04/2007