Carta a uma Menininha - Carta I
São Bernardo do Campo, 15/11/2010 às 23h38,
Há dias quis começar a desenhar essas letras mágicas para falar de você, Mayumi, minha filha. Quis retribuir a sensação esplêndida de receber seus sorrisos e explicar para você o quanto eles têm-me feito castelo, gigante e alado. Um dia você vai ler essas letras e, por isso, decidi fazer um projeto: Cartas a uma menininha, que devo finalizar quando eu perceber que você pode lê-las.
Você nasceu em maio de 2010, no décimo oitavo dia às 19h25. Eu estava lá na sala. Vi você sair e fiquei já apaixonado. Assim, pequenina e se mexendo naquela caminha.
Sabe, em 2009 fiquei de cabeça para baixo e me segurei nas conversas que cultivei em tempo antigo com Deus. Eu me vi perdido, feito um galho seco arrastado por ações advindas dos meus sonhos erradios, mais uma crise financeira de 2008/2009 que aconteceu no mundo inteiro e me pegou por completo. O fundamental aconteceu quando a Gorete, sua mãe, me mostrou um teste de farmácia – Deus vinha como vinho e a alegria disso se refletiu radiante num novo dia!
Você e a Gorete são minhas bonecas que carrego no peito o dia inteiro. Com certeza vocês me salvaram de mim mesmo. Eu ouvia o vizinho, filha, com o filhinho novo deles chorando pela noite inteira. E eu pensava quando vir a minha criança, eu serei muito grato e qualquer choro sentirei a graça adentrando meu lar. E isso aconteceu! Eu e a Gorete sempre bendizemos nossas crianças para todo o céu.
Pretendo nessas cartas contar momentos que se a gente deixar o tempo faz a gente esquecer. E um dia ou alguns dias, tudo isso vai ornar nosso lar, onde os sorrisos e os risos vão adentrar toda a casa e as mãos vão estar casadas umas as outras.
Udo
Enviado por Udo em 16/11/2010
Alterado em 16/11/2010